Sunday, August 12, 2007

Noção de Corpo e Alma em Diderot

TEMA: A NOÇÃO DE CORPO E ALMA EM DENIS DIDEROT.
APRESENTAÇÃO DO TEMA
O presente trabalho se propõe a realizar uma investigação do pensamento de Denis Diderot, particularmente da relação existente entre o corpo e alma. A pretensão é analisar os liames que norteiam esses conceitos, abordando a complexa proposta diderotiana de conhecimento, política, ética, estética, sob cujos eixos o autor debate a relação. Questões importantes foram colocadas por Diderot no campo do conhecimento e do humanismo ligadas à filosofia materialista. Como aproximar a filosofia, com todos os seus rigores, a uma “massa” não preparada para determinado assunto? Como transformar a filosofia de um instrumento para o povo, para um instrumento do povo?
Diderot realiza uma reflexão considerando a totalidade do corpo, propondo o novo olhar sobre a matéria, experiência e o conhecimento. O corpo, em toda sua complexidade, é o fundamento do materialismo diderotiano; é nele que se realiza seu ideal, também, político: da educação para as massas.
O corpo passa a ser a medida do homem. As idéias mais puramente intelectuais, diz Diderot, assim como a metafísica e moral, dependem muito de perto da conformação do corpo (DIDEROT, 2000a:p.103). Ora, Diderot realiza uma inversão que vem acrescentar aos debates, sem cometer reducionismo teórico. Uma teoria fundada no corpo, mas sem antes a devida complexidade e crítica cética.
Os limites impostos ao corpo, seja pela condição física ou moral, irão estabelecer o olhar deste sobre o mundo ou o seu próprio silêncio. O limite do corpo é o silêncio da alma. Estamos numa época que os corpos funcionam como máquina de destruição, instrumento de fútil prazer, beleza anorexica ou metrificada, desta forma retomar o pensamento de Diderot nos ajuda a questionarmos sob um sentido revigorante e saudável desta relação corpo/alma.
As psicologias se debatem sobre este tema, ou recorrem às explicações estritamente ambientais e fisiológicas, colocando o corpo como uma massa amorfa receptiva a toda e qualquer reforçamento; ou entendendo as pessoas conforme teorias estritamente mentalistas. Os tecnoburocratas da psicologia pouco permitem a generosa postura de olhar para os sujeitos e não para as suas teorias. Diderot contribuiria no sentido de colocá-los na condição de vulnerabilidade do saber, permitindo que as pessoas percebam o corpo em movimento, assim como as idéias, pois aí está a alma.
3. JUSTIFICATIVA
Pode-se dizer que Diderot foi um homem do seu tempo com idéias inovadoras para os novos tempos; como bem o afirma Guinsburg: o “Espírito das Luzes”. Sua influência remete a filosofia materialista de fundamentos fisiológicos. Vale salientar que dentro deste postulado, a proposta de uma filosofia universal se estabelece aquilatando uma crítica social. Observa-se, por exemplo, que o conceito de gênero – considerado importante para as ciências humanas e sociais da atualidade – foi profundamente abordado por Diderot como uma crítica à sociedade francesa. Se num momento propõe uma discussão do corpo físico masculino e feminino, no outro torna irrelevante esta diferença. A discussão dar-se-á na importância do corpo feminino para o mundo social, político, cognitivo e a construção da subjetividade da mulher.
Diderot anunciava os discursos da fenomenologia, vejamos um fragmento de Merleau-Ponty: “...Um corpo percipiente que vejo é também uma certa ausência, escavada e preparada atrás dele por seu comportamento. E, no entanto, a própria ausência está enraizada na presença; aos meus olhos, a alma do outro é alma graças ao seu corpo...” (MERLEAU-PONTY1 apud NOVAES, 1988:p.14). Novaes defende que Merleau-Ponty faz lembrar Epicuro, mas é no Iluminismo que tecem os pontos entre os Antigos, a Renascença e os Modernos; Diderot foi uma excelência neste sentido.
Filósofo de pensamento complexo, confunde os seus críticos, o considerando materialista ateu, ou deísta (ROMANO, 1996:p.50). Era um filósofo da incerteza, e nisso estão suas próprias palavras, “não há nenhum cético, dado que, à exceção das questões matemática, que não comportam a menor incerteza, há pró e contra em todas as outras” (DIDEROT, 2000b:p.162).
A educação coercitiva e autoritária direcionavam as crianças para o “aprendizado da civilidade”, o “disciplinar as almas por meio da coerção exercida sobre o corpo e impor à coletividade das crianças uma mesma norma de comportamento sociável” (REVEL, 1991:p.176)2. Sobre essas imposições de autovigília se vivia na França do século XVIII, já tinha passado pela turbulência do Renascentismo do século XVII, e dele tirou-se lições e guardou as influências. A mobilidade das classes sociais, o surto demográfico, a acumulação de capital, a revolução bancária e tecnológica, o desenvolvimento industrial foram fatores que favoreceram a Revolução Intelectual do século XVII e XVIII (GUINSBURG, 2000:pp.62-63). O racionalismo em chamas aquecia as fogueiras intelectuais, o mecanicismo e o método indutivo imperavam nas mentes dos grandes gênios da época. Com Newton – afirmando que as leis físicas são invariáveis a todo o universo – e John Locke – rejeitando a doutrina cartesiana das idéias inatas e afirmando que todo conhecimento humano deriva da percepção sensorial, ou seja, da experiência – é que se funda o Iluminismo, apesar de sua inspiração filosófica ser atribuída aos racionalistas: Descartes, Espinosa e Hobbes.
Este é o berço de Diderot, filósofo que não flutuava no mundo da metafísica, ou flutuava em todos os mundos, absorvia-os para exercer a crítica filosófica. Preocupado e atento à utilidade do conhecimento realizou reflexões morais, sociais, políticas, estéticas, com uma linguagem extremamente cativante, comovente e alegre; justifica-se inúmeras vezes que a “linguagem poética”, assim considerada pelo próprio filósofo, é pela insatisfação da comum sisudez dos filósofos e adequação aos menos letrados. O seu desejo era uma filosofia para a “massa”.
Diderot tinha como guia orientador filosófico a questão da utilidade. A pergunta que os menos letrados normalmente fazem diante de um saber – para que serve? – já deveria ser colocada no problema filosófico. Era indispensável associar o entendimento à experiência e esta ao instrumento, mostrando sua relevância útil para as pessoas comuns. Para o homem comum, a experiência física - logo o contato entre instrumento e corpo – se mostra indispensável como estratégia de popularização da filosofia (DIDEROT, 1989:p.40).
Na obra Da interpretação da natureza, o iluminista expõe de forma muita clara que alguns têm muitos “instrumentos e poucas idéias; os outros, muitas idéias e nenhum instrumento” (DIDEROT, 1989:p.30). A procura é pelo equilíbrio entre a idéia e a prática, para isso institui três meios como método de pesquisa: observação da natureza, a reflexão e a experiência. Tais caminhos permitiriam tornar o conhecimento útil e acessível. O caráter racional crítico de sua epistemologia estabeleceria um modo de pensar a ciência. Não há uma completa rejeição da metafísica, mas intenta relacionar a metafísica à experiência humana, um precursor a tratar da objetividade para o conhecimento humano. Diderot corporifica a idéia.
Muito mais que uma vulgarização da filosofia, desenvolve um sistema de pensamento. Recolhe os fatos (observação), os combina (reflexão), e verifica o resultado (experiência), com esta tornaria possível ao povo “respeitar a filosofia” (DIDEROT, 1989:p.40). A experiência é a prova das conseqüências e dos efeitos enquanto utilidade, mais que uma busca causal. O que se pretendia é entender a utilidade da filosofia e aplicá-la.
Para Diderot o sábio não deveria se entregar a certas reflexões demasiadas abstratas, o sábio é aquele que se dedica “às pesquisas relativas ao seu bem-estar” (DIDEROT, 1989:p.84). E bem-estar é o alvo do corpo e da alma, levados pela flecha do útil e do agradável. Contudo o prazer (o agradável) não se restringirá ao corpo, mas também a alma. Aqui se estabelece um paradoxo ou uma resolução do dilema dualista, pois a alma indissociada do corpo, só pode sentir os prazeres enquanto corpo: pelos sentidos que conserva uma momentânea sensação ou pela memória que ressoa a sensação a ponto de entregá-la ao entendimento. A memória, em Diderot, é o atributo da existência e da consciência de si, com suas características fisiológicas.
Vejamos como, no Diálogo entre D´Alembert e Diderot (2000), está relação indistinta - corpo/alma - é explicada. Inicialmente se estabelece um marco e uma crítica ao pensamento cartesiano, no que se refere à distinção entre o corpo e a alma. O corpo para Diderot definitivamente não é máquina desprovida de alma, mas não cabe questionar as qualidades desta, pois é um elemento imperceptível, “precipitais em um abismo de mistérios, contradições e absurdos” (DIDEROT, 2000b:p.159). O que garante a presença da alma é a observação e comparação das matérias, algumas contêm a sensibilidade inerte, e outras a sensibilidade ativa. A primeira uma força morta, mas com energia potencial; a outra uma força ativa que garante movimento e calor a matéria. A matéria que contém alma possui características próprias, entre elas a sensibilidade ativa, uma força que se distingue da força inerte que só é possível com o movimento da matéria por pressão.
Matéria e sensibilidade são completamente compatíveis e indivisíveis. O todo é constituindo de pequenas partes que possuem as mesmas características, mantendo-se agregadas pela lei da continuidade, a matéria se uniria pela simpatia, unidade e identidade geral: “Convinde a divisão é incompatível com a essência das formas porque ela as destrói” (DIDEROT,2000b:p.160). Compreendemos que não cabe separá-los para considerar suas essências, se assim for, deixarão de ser alma e corpo, enquanto sensibilidade ativa, para serem outra coisa. Não cabe pensar suas essências, mas se são essenciais enquanto permanecem juntas.
Mas o ser sensível ainda não é o ser pensante. O ser pensante é possibilidade de “consciência de ter sido ele”, um ser sensível que retoma sua história, problematiza sua existência. Para isso, necessita da memória de suas ações. A atenção do enciclopedista não se centra exclusivamente no pensamento como fato distinto da matéria, nem no sentido, mas na memória como condição sine qua non do pensar e do existir. Voltemos a dar peso às coisas, a memória não se constitui sem os sentidos e sem os movimentos orgânicos. Um gênio se tornaria um estúpido sem os seus sentidos e memória (DIDERTO, 2000b:p.206). O filosofo sempre retoma a condição material, a orgânica, mas sem privilégios; sem reduzir uma coisa a outra. A condição material dá substancialidade ao pensamento abstrato, que não passam de signos da linguagem, não existem idéias abstratas se não da experiência, afirma Diderot:
(...)Quando, após uma longa combinação de signos, pedis um exemplo, não exigis de quem fala outra coisa exceto que dê corpo, forma, realidade, idéia ao rumor sucessivo de seus acentos, aplicando a isso sensações experimentadas. (DIDEROT, 2000c:p.208).
No Sonho de D´Alembert (2000) apresenta-se três personagens que demonstram a coerência metodológica proposta na obra Da interpretação da natureza (1989). A primeira, a figura do filósofo, que exercita a reflexão manifesta em sonho. O sonho é um elemento importante na obra de Diderot, a verdade se oferece em imagens, de forma caótica, mas repleta de energia. A figura do médico, que pontua com as observações empíricas necessárias, trazendo a reflexão filosófica à utilidade, estabelecendo ou tentando estabelecer uma ordem material. Por último, a Senhorita de L´Espinasse - o senso-comum -, fica confusa, porém curiosa com a relação entre a filosofia e a medicina, então exclama: “...posso pois assegurar agora à terra inteira que não há nenhuma diferença entre um médico que vela e um filósofo que sonha...” (DIDEROT, 2000: p.169). Também poderíamos entender: “posso pois assegurar agora à terra inteira que não há nenhuma diferença entre a ordem e o caos”. O saber se constitui enquanto experiência do corpo, “sensações experimentadas”, e para este deve servir. Dito de outra forma, é o nosso corpo e o nosso sentido que tentam atribuir ordem as coisas.
Analisemos agora sobre o foco de dois romances a condição indistinta do corpo e da alma. É neste estilo que o acento recai sobre a alma, mas o corpo nunca deixa de ser uma referência. Na obra Jóias indiscretas (s/d) é sobre o corpo que se estabelece o controle, mas é alma que assume as conseqüências, as mulheres são desprovidas de seus desejos, subjetividade e expressões. Ele não considera o corpo da mulher como um elemento insignificante e prestativo, mas sim, a mulher reconquistando, retomando o próprio corpo e desejo. Da mesma forma, na obra A Religiosa, o corpo da pobre Simonin é submetido a tanto sofrimento pela madre superiora que lhe foi retirado toda possibilidade de revolta. Enfim, quis por fim a sua vida, acabar com o seu padecimento, mas não foi possível, controlavam também a sua alma. Simonin desistiu no momento que percebeu que a sua morte era esperada e facilitada, “...na verdade, eu só vivia porque me desejavam a morte...” (DIDEROT, 1980:p.73). O seu corpo não reagia mais diante das experiências perversas as quais era imposto, nem mesmo de por fim aos seus padecimentos; por sua vez, a sua alma tinha apenas uma única revolta: manter-se viva enquanto a desejassem morta. Diderot se preocupa em fornecer à mulher a liberdade sobre o seu corpo, seja na condição de “libertina” ou para exercer a vocação celibatária. O respeito pelo limite do corpo do outro e a liberdade mostram-se fundamentais na ética diderotiana.
É o resgate da memória feminina, nestas obras, que se pretende estabelecer a “seqüência interrompida” na consciência. Como já dito, a memória é um aspecto fundamental da existência.
Poderíeis dizer-me o que é a existência de um ser sensível, em relação a si próprio? É a consciência de ter sido ele, desde o primeiro instante de sua reflexão até o momento presente. E no que se baseia essa consciência? Na memória de suas ações. E sem essa memória? Sem essa memória ele não existiria, pois, sentindo a sua existência apenas no momento da impressão, não teria história alguma de sua vida. Sua vida seria uma seqüência interrompida de sensações que nada ligaria. (DIDEROT, 2000: p.156)
A sensibilidade e a memória são duas condições físicas indispensáveis para constituir o ser inteligível. Toda sensação, dentro ou fora, atravessa a fibra nervosa e nela tem que permanecer como uma condição do ser inteligível. Do movimento do corpo que se percebe a alma, do corpo presente que se percebe a ausência. No capítulo XXIX das Jóias indiscretas, Diderot se dedica a falar sobre as almas. O título “Metafísica de Mizorza”, já é um gracejo do filósofo, que falará da alma apontando para o corpo. Mizorza oferecendo seriedade ao momento - apresentar uma lição de filosofia - coloca as vestes pretas, achando estar vestida de um filósofo, “quando na verdade estava fantasiada de morcego” (DIDEROT, s/d :p.149), mais uma zombaria para criticar a sisudez filosófica.
Neste capítulo Mizorza descreverá o percurso ou as moradias da alma – substância diferente do corpo. A alma transita pelo corpo de acordo com a importância e relevância para o ser humano. A cabeça não seria moradia exclusiva da alma, a não ser àqueles que dela fazem excessivo uso; Diderot dedica um certo desprezo por estes, “chamamos estes de homens duros, ingratos, velhacos e cruéis” (DIDEROT, s/d:p.155). O ser humano é o uso que faz do seu corpo, dito de oura forma, a parte que a alma habita:
(...) Ela anda, ela viaja, deixa um lugar, volta e deixa-o novamente. O que sustento é que os demais membros são sempre subordinados àquele em que habita. Isto varia com a idade, temperamento, conjunturas. Daí nascem a diferença dos gostos e a diversidade de inclinações e de caracteres. (DIDEROT,s/d:p;154)
A metafísica de Mizorza submete a alma a uma ordem biológica, fisiológica, fácil de constatar que é uma oposição a metafísica dualista, da res cogitans e da res extensa como substância independentes uma da outra. Contudo, não é uma brincadeira de imagens, como defende Matos (1996:p.235); é como no sonho que no lugar da palavra oferece imagens, uma outra forma de linguagem para dizer a mesma verdade. Na tentativa de desqualificar a metafísica exposta, Selim – personagem de pouca importância - apela para o ideal da natureza descrita pelos sábios. Mizorza, completamente tomada pela sua lição de filosofia, expressa:
(...) Deixemos para lá os sábios e suas sentenças bombásticas – (...). – Quanto à natureza, consideremo-la apenas com os olhos da experiência. Aprenderemos, assim, que ela colocou a alma no corpo do homem, como num grande palácio; de que ela nem sempre ocupa o mais belo aposento. (DIDEROT, s/d: p.155)
Na relação com a política, Diderot entendia que o Estado controlava diretamente o corpo do indivíduo, com o uso da moral e das leis, e aplicava punições legais para que pudesse ter um efeito moral sobre o corpo social. Isso é demonstrado no Suplemento à Viagem de Boungainville, quando relata o caso de uma mãe solteira que foi julgada publicamente na Inglaterra. Para superar tais condições o filósofo entedia que a razão era um instrumento para superar os obstáculos impostos pela lei e religião. Treinar os sentidos para que pudessem perceber o Estado da sua condição de invisibilidade, tudo observa, mas não é observado. Assim como na obra Jóias indiscretas, na qual o anel, fornecido pelo Gênio Cucufá, permitiu poder de invisibilidade e transporte, deslocando Mangogul – a figura do Estado - para os lugares que assim desejava. A curiosidade sobre o corpo não se esgota no sexo, mas na revelação das bijous (do corpo) sobre situações que interessavam ao Estado, como na legitimidade de um pedido de pensão encaminhado ao Estado ou para apurar o delito de estupro regido sobre severas leis.
Por fim, acreditamos a quem tenta se dedicar a Diderot, teria que se permitir está entrega ao seu modo de pensar; se não vão ser como sábios de “sentenças bombásticas”, onde tudo enxergam símbolos que falam de outras coisas, enquanto as imagens oferecidas falam por si próprias. Com isso, nossa maior pretensão neste trabalho de investigação, é analisar a complexidade da relação corpo e alma, seu dinamismo, seus problemas como fundamentais para se pensar a subjetividade do homem. “Diderot, que, entre os pensadores do século XVIII, possui sem dúvida o faro mais aguçado para todos os movimentos e transformações do seu tempo, observa que o século parece ter atingido um ponto particularmente crítico” (CASSIRER, 1994:p.109) Se por um lado expõe o corpo/alma como força motriz do subjetividade humana, essa força é manifestada, limitada e ganha forma na sociedade. Fora do social é uma força difusa e sem expressão, no seu aspecto mais animal de repetição de ciclos, sem poder criativo.
4. ABORDAGEM METODOLÓGICA
No decorrer do presente projeto, é imperativo aprofundar determinados aspectos teóricos vinculados com a temática central do mesmo. O caminho metodológico estará baseado fundamentalmente numa pesquisa bibliográfica operacionalizado pelo método lógico-dedutivo.
Algumas dificuldades se apresentaram ao estudar um autor como uma linguagem irônica, vulgar, debochada, poética, sempre passível de risco. Satírico por excelência. Com o intuito de reduzir os riscos serão inevitáveis comparações constantes e incansáveis dos comentadores especialistas do autor. As obras completas de Diderot serão estudadas, por entendermos que não é momento de criarmos prévias seleções, até porque seu pensamento não se encontra plenamente sistematizado por temas. Contudo vai ser necessário um estudo cuidadoso sobre estilo de escrita, dado importante, que pode cifradamente oferecer muitas respostas e evitar muitos enganos. À moda do garimpo, buscar-se-á peneirar, isolar os elementos que enriquecem o debate sobre a relação corpo e alma no autor.


7. REFERÊNCIAS
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CASSIRER, Ernst. A filosofia do Iluminismo. Tradução Álvaro Cabral. 2 ed. Campinas, São Paulo: Editora da UNICAMP, 1994.
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DECARTES, René. Discurso sobre o método. Tradução Maria Ermantina Galvão G.Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
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DIDEROT, Denis. Jóias indiscretas. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Global Editora.
_______________. Cartas sobre os cegos. In: DIDEROT: Obras I, Filosofia e Política. Org. J.Guinsburg. São Paulo: Editora Perspectiva, 2000a.
_______________. Diálogo entre D’Alembert e Diderot (1769). In: DIDEROT: Obras I, Filosofia e Política. Org. J.Guinsburg. São Paulo: Editora Perspectiva, 2000b.
______________. O sonho de D’Alembert (1769). In: GUINSBURG, J. (Org. e Trad.) DIDEROT: Obras I, Filosofia e Política. São Paulo: Editora Perspectiva, 2000c.
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___________. Jacques, o fatalista. Tradução de Antônio Bulhões e Miécio Tati . São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1962.
___________. O sobrinho de Rameau. Tradução de Antônio Bulhões e Miécio TAti. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1962.
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3 comments:

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