Tuesday, August 28, 2007

“E o que não é amor, o que existe? Palavras!”

Me pergunto se o que é o amor não passaria de palavras? Penso que as palavras são contornos que damos aos sentimentos que nos invadem. Contornos imperfeitos, é certo.

Mas que outra forma encontraríamos para dar sentido ao que não tem? Como suportar o desconhecido, o inominável que arrebata e nos prende ou seria, nos liberta?

O silêncio não é ausência das palavras, mas é o momento em que elas sucubem e reverenciam como um súdito ao seu rei. É nesse momento que o amor assumiria sua forma mais pura? Livre das significações e tentativas de contorno? Isso me levaria a crer que o amor não dura mais que milésimos de segundos...mas você poderia dizer que é atemporal. De fato, a sensação vivenciada é tão forte que ao fechar os olhos e relembrá-la percebo que a intensidade não esvaiu...Mas como garantir que não sou eu a segurá-la?

Como posso deixar escapá-la se com ela vai o meu único momento de total sensação de estar vivendo algo real? O silêncio me confunde e volto desesperadamente às palavras que me iludem em suas efêmeras certezas.

Autora: ?.

No comments: